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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Tristão e Isolda

Tristão e Isolda (2006)


Branca Moura Machado

Quem não tem saudade de uma clássica história de amor? Ultimamente, em matéria de amor, só temos assistido a comédias românticas, normalmente com a mesma fórmula: casal se encontra, casal se desencontra, ficam juntos, separam-se, um deles resolve ir embora, o outro impede e ficam juntos para sempre. O lugar de um clássico e trágico romance é sempre garantido e Tristão e Isolda só comprova o fato.

O filme, dirigido por Kevin Reynolds, resgata toda a aflição e o sofrimento que um amor impossível traz. Voltamos ao encantamento de Romeu e Julieta, Lancelot e Guinevere, entre outros: Trata-se de um amor condenado, mas, mesmo assim, torcemos por ele...

Após ser considerado morto, Tristão (James Franco) é salvo por Isolda (Sophya Miles). Eles se apaixonam, mas Isolda não revela para Tristão, um guerreiro britânico, que é a filha de um rei que é também seu maior inimigo. O romance começa com uma mentira e por causa dela não poderá terminar bem.

Depois de curado, Tristão volta para seu reino, aliás, o reino de Lorde Marke (Rufus Sewell), o “tio” que o criou e salvou sua vida. Mas já não é o mesmo. Sofrendo com a saudade e a paixão, ele é recebido com festa, entretanto, seu lugar não é mais ali. Quando Donnchadh, pai de Isolda, organiza um campeonato de lutas e promete como prêmio a mão de sua filha, Tristão ganha a disputa para seu “tio” e descobre que o prêmio é seu grande amor.

Tristão passa a ser um homem torturado. Divide-se entre os sentimentos de culpa e raiva. Ele nunca está totalmente à vontade, como nós também não estamos. Ficamos divididos entre nosso respeito a Marke e a torcida pelo amor de Tristão e Isolda. O filme, a partir daí, realiza cenas dramáticas com duplos significados nas quais sabemos de fatos que a maioria dos personagens não sabem, tornando-nos, desse modo, cúmplices do casal. São cenas lindas, mas, pela cumplicidade, sempre melancólicas.

Os diálogos são perfeitamente resgatados ao longo da história. Muito bem amarrados, um encaixa no outro, como quando Tristão acaba de agradecer a bondade de Isolda por cuidar dos ferimentos dele e ela pergunta de que os pais dele morreram e ele responde que seus pais morreram da “outra” bondade irlandesa. O fim do filme, se não nos satisfaz, pelo menos nos consola. Saímos com a certeza de que o amor continua ao longo do tempo e das grandes histórias.

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